sexta-feira, setembro 15, 2006

Vindimas

Ora boas!

este fds vou para as vindimas em Alijo. como todos sabem a Lilia e de la e nos vamos para la dar uma maozinha... acho k e desta k vou poder beber vinho doce sem tingir paredes e tectos... lol... a minha mae sabe do k estou a falar. mas hj tb e dia de festa pois o meu colega Vitor faz anos hj. 40 anos ja e fruta a mais, mas um dia eu hei-de chegar la e ainda fresca para assar...

espero sinceramente k se divirtam tal como eu vou fazer e as melhoras para kem esta meio adoentado...

bj grande e nike nike para todos

terça-feira, setembro 12, 2006

"amigos"

cada vez me desiludo mais com as pessoas. dou tudo o k tenho e o k nao tenho. sofro com as pessoas pk me e impossivel ver um amigo a sofrer, mas eu sou burra demais. sou demasiado ingeniua nesse aspecto. usam e abusam de mim pk kd eu preciso nao esta la ninguem. nenhum dos k me deviam apoiar... ninguem percebe o quao triste eu estou... apenas as pessoas k mal me conhecem me tentam dar apoio k eu agradeço, mas nao e dessas de kem esperava... axo k nunca derramei tantas lagrimas em tao pouco tempo... nem por alguem k amava mt... nem os calmantes me deixam mais calma... kk coisa k leio afecta o meu o meu estado de espirito... k nestes ultimos dias tem sido dos piores estados possiveis... sinto-me so! completamente isolada do mundo e das pessoas... parece k todos fogem e riem de mim... sinto a falta de um ombro para chorar, sem perguntas, sem criticas, sem pedir nada em troca... sinto a tua falta...

alguem me sabe dizer o k e isto?

ja deve ser a terceira ou quarta vez que recebo postais k sao impossiveis de ver de quem sao, mas sempre com esta mensagem ou algo semelhante. se alguem me souber dizer de onde veem e como se descobre o remetente eu agradeço.

"Talvez tenha sido por um olhar...
Talves por um sorriso...
Talvez tenha sido por aquelas palavras ou talvez aquele instante contigo...
Talvez um dia estaremos juntos e talvez tudo será esquecido...
Talvez possa existir outros momentos e aí quem sabe...
Nem tudo estará perdido..."

Estou lhe enviando essa mensagem, mas por favor veja e me responda.

"Você é muito especial para mim..."

segunda-feira, setembro 11, 2006

Pai

esta noite li algo com a intensidade k so o coraçao tem. senti na alma as palavras e os sentimentos k transmitiam. talvez os sentisse com mais força pk faziam parte de mim, fazem ainda embora de forma diferente. continuo a sentir a mm angustia nesse dia como k de certa forma adivinhasse o k tinha acontecido. nunca lhe disse o kt gostava dele e a falta k ele me faz. nunca fui capaz de dize-lo... nem a ele nem a ninguem. hj sinto-me orgulhosa por ter sido ele o meu Pai, o meu protector e educador. sou kem sou graças a ele e a ele devo tudo.
sei k ja vou tarde, mas keria prestar-te uma homenagem pk ainda hj choro por nao estares mais aki cmg...
senti a vontade de partilhar o momento com alguem especial, mas depois lembrei-me k para ser especial eu tinha de ter algum significado e nao tenho. partilhei com kem mais perto de mim esta e k tb sabe o k sinto, mas era ctg k keria partilhar a minha tristeza... por isso, choro sozinha...

domingo, setembro 10, 2006

um diario na terceira pessoa

1 - O nascimento

1982. Nasceu um bebé num belo dia de Inverno. Apesar de frio estava sol e as coisas brilhavam como só brilham em dias bonitos de Inverno.
Esse tão esperado bebé que tantas brigas provocara durante a gestação fora adorado e venerado por todos nesse dia…
Passaram-se oito ou nove anos e a realidade dessa criança fora apenas o que lhe mostravam. Conhecia apenas a mãe e a família materna. Todos escondiam a sua verdade. Todos lhe ocultavam a realidade até um dia essa criança se ter apercebido que algo estava errado. Questionou-se vezes sem conta e chorou com uma vontade que nunca vira, até que começou à procura e finalmente encontrou o que precisava.
Foi uma infância difícil. Apesar de engraçada, essa menina de olhos castanhos e cabelo sedoso era gozada por todos. Era muito alta para a idade que tinha e demasiado magra para a altura. Foi por isso que ela decidiu que um dia seria alguém e que todos aqueles que um dia troçaram dela se iriam derreter a seus pés com tão bela e graciosa pessoa.
Foi apenas no oitavo ano que ela obteve respostas. Foi a maior e incessante busca da sua vida, mas que finalmente tinha dado frutos. Descobriu a sua verdadeira identidade.
Foi no nono ano, já depois de mudar de vida. Mudar de casa, de terra, de amigos e sobretudo depois de ter deixado para trás toda uma vida triste e solitária que ela conheceu o seu pai. Foi um momento péssimo. Foi uma angústia e ao mesmo tempo o maior alivio para a sua alma. Saber quem na realidade ela era e de onde vinha sempre foi o seu desejo. E nesse dia agitado como todos os sábados, ela finalmente o conhecera.
Era um homem alto, tal como ela o era. Estava descuidado, talvez de propósito ou talvez por estar apenas demasiado ocupado para se arrumar. Ele não lhe pareceu muito feliz por a ver. Ela também pouco se importava com ele. Ela queira apenas ter a certeza que existia um rosto que lhe dera vida. E esse rosto ela nunca o esquecera. Ele foi muito frio e distante. Apesar de serem muito parecidos ele duvidava que ela descendera um dia da sua vida. Ele pareceu-lhe muito fútil e pouco prático ao contrário dela que desde muito nova se propôs a lutar e ser superior ao sexo dito “forte”.
A primeira visão que teve dele foi muito estranha. Foi como se ela estivesse diante de um espelho, mas que nele se reflectisse um homem no lugar dela.
Depois desse encontro ela nunca mais o vira e ate hoje ela agradece por isso. A atitude dele naquele encontro fora muito desagradável e dai a vontade de vingança daquela adolescente que por muitos sofrimentos passara por causa dele. Foi como se um mundo que ela criara se tivesse arruinado como um castelo de cartas ao vento. Foram questões de segundos para a desilusão ser tremenda. E toda a vida ela nunca o perdoara. É triste a historia dessa pequena. Perdeu o avô que considerava seu pai era ela ainda nova e a mãe que saiu de casa em busca do sonho dela e que a deixou ficar junto da avó que sempre a criara e mimara fez com que essa menina sempre crescera rapidamente. Foram as circunstâncias da vida que a tornaram forte.
A mudança de casa só a ajudou. Deixou para trás uma terra que se afundava aos poucos. Os seus companheiros de infância caíam em más vidas. Uns meteram-se nas drogas, outros acabaram nas ruas a roubar e outros ainda não passaram de meros funcionários de lojas de terceira categoria onde o nível de cultura geral não os deixa distinguir na sociedade de consumo que vivemos.
Foi da ruína da vida que ela fugiu. Foi viver com a mãe. Foram tempos difíceis em que a adaptação custou bastante. Mas foram tempos que foram ultrapassados e foram tempos de criar novas raízes. As raízes que ela decidiu viver.
Nono ano de escolaridade e poucos amigos com que se identificar. Solução?! Namorar… foi assim que se tornou mulher e foi assim que descobriu aos poucos os prazeres da vida.
Na escola sempre fora boa aluna. Nunca muito excelente porque a preguiça é um dos seus maiores defeitos. Nunca estudou porque nunca foi preciso muito esforço. Passou sempre de ano até um dia….



2 - A nova etapa da vida

Foi da forma mais estranha que ela o conheceu. Eram vizinhos. Apesar de haver muita malta da idade dela eram poucos os que falavam com ela. Só uns anos mais tarde é que estes se começaram a conhecer melhor.
Voltando ao namorado. Ele era da altura dela, moreno, olhos azulados e cabelo curto. Era um rapaz engraçado. Tinha uns gostos diferentes de todos aqueles que ela conhecera até a data. Era meigo e adorava-a. Passaram bastante tempo juntos e muitas dificuldades. Durante uns anos foram o apoio de um e outro. Eram amigos acima de tudo e ainda hoje se falam. Mas também ela e incapaz de deixar de falar seja lá com quem for. Não lhe conheço nenhum ex. que lhe virasse as costas quando ela precisasse e todos eles falam dela com um carinho e saudade que nunca visto. Ela pode ser bem exigente, mas eles nunca a viram como “mandona”.
Voltando ao namorado mais uma vez.
Foi com ele que ela aprendeu a amar. Foi com ele que ela cresceu e atravessou bons e maus momentos. Foi o seu conselheiro e confidente. Foi o seu amante. Seu professor e aprendiz. Foi com ele que ela desenvolveu a sua sexualidade e se tornou sensual e feminina. Foi ele o seu primeiro amor.
Faziam um casal bonito. Todos gostavam de os ver juntos. Ainda hoje perguntam por eles e o tom de voz entristece quando descobrem que aquele amor tão puro chegou ao fim.
Hoje ele é um homem casado. Não tem filhos apesar de adorar crianças. Tem apenas uma criança fruto do primeiro casamento da sua esposa. Ela não quer mais nenhum e não sabe o sofrimento que lhe causa. Logo ele que sempre gostou de crianças.
Por vezes ela pensa nos tempos que passaram juntos em que tudo parecia difícil e que afinal era tão fácil.
Recorda muitas vezes os pensamentos típicos daquela idade em que todos queriam crescer rápido e ter poder sobre si mesmos.
Ela sempre foi muito independente e desde cedo que podia sair a noite. Os seus amigos, porem, não tinham essa permissão e o seu namorado não gostava.
Naquela altura achavam que os adultos eram mais felizes porque se tornava mais fácil amar com a idade, mas ao longo dos tempos foi-se revelando o contrario. É-nos mais fácil amar sendo puros e ingénuos. A idade faz-nos pensar demasiado e complica sempre as questões mais simples.
Mas ela nunca teve muitos problemas. Ela tornava as coisas mais simples e fáceis, mas no fundo ela sempre soube que não era isso que lhe fazia falta. Ela gostava das barreiras e do conteúdo da dificuldade. Parecia-lhe tudo tão vazio. As pessoas e as coisas muito ocas. Tudo o que fosse obtido por um estalar de dedos ou um olhar arrebatador perdia todo o sentido.
Mas o tempo que ela namorou com ele era diferente. Ainda era tudo novidade. O amor deles durou ate cair na rotina. Acabaram por acharem que o hábito tinha tomado posse do amor que nutriam um pelo o outro e que assim não valia a pena continuar.
Ele não sei o que fez, mas ela tentou viver ao máximo a vida. Tentou aproveitar a liberdade para conhecer pessoas novas ate se tornar novamente prisioneira de um amor incondicional.
Pensava ela que amar era fácil e que difícil era ser fria e calculista. Mas ela enganou-se.
Nos primeiros meses andava triste como se o mundo tivesse acabado e desistido de a manter. Chorava. Ela chorava imenso. Andava na escola a vaguear por obrigação e as amizades eram poucas apesar de popular. Conhecer pessoas nunca foi dificuldade. O difícil era tornar esses conhecimentos em amizades profundas. Era aprender a viver com os defeitos deles e não apenas com o comum dia a dia.
É muito fácil ver as pessoas na rua e dizer olá todos os dias. É muito simples ir ter com alguém e dizer: “olá! Eu sou a Di e tu como te chamas?”; o difícil é fazer com que essas pessoas, em locais e situações diferentes, se lembrem de nós. Para ela isso também não era dificuldade, mas era vazio.
Ela não tinha mais um confidente. Ela era a confidente de muitos, pois ela tinha sempre algo a dizer e tornava as coisas difíceis em fáceis de resolver. E ela?! Quem fazia dela seu confidente?! A quem poderia ela recorrer para desabafar as mágoas que sentia?! A quem contava ela os seus segredos mais íntimos?! Aprendeu a viver só e a guardar para si tudo o que sentia. Foi assim que ela começou a tornar-se fria e calculista. Quem diria?... Aquela criança tão meiga e rebelde tornar-se assim tão fria e cruel…
Foram as circunstâncias da vida.
Continuando. Os primeiros meses ela pensou que nunca mais iria ter alguém que gostasse dela como ele gostava. Tudo parecia desmoronar a sua volta. Tinha ela 18 anos e uma vida pela frente, mas para ela apenas o passado contava. Ate que aprendeu a viver com a solidão de um amor.
Foi nesse mesmo ano que se tornou a desvairada responsável que ainda hoje é.


3 - O trabalho vs noite

A vontade dela sempre foi trabalhar para alcançar a sua independência.
No verão procurava os famosos part-times mas sempre sem sucesso. Foi então que a sorte dela mudou.
Aos 18 anos, finalmente, conseguiu o tão esperado emprego. Foi uma loja de centro comercial, daquelas que vendem bijutarias baratas e rascas, carteiras com modelos copiados entre outras inúmeras coisas fúteis que as jovens compram para pareceram chiques e na moda. Ela nunca ligara a esse tipo de coisas. Preferia uma boa noite passada com amigos e gastar toda a sua mesada nessa mesma noite que gastar todo o seu dinheiro num par de brincos ou numa carteira que passados dias estava ultrapassada e estragada pelo uso.
Foi então que ela no 12º ano começou a ter o seu próprio dinheiro. Eram ordenados baixos, mas que a faziam feliz e orgulhosa por serem seus.
Foi um verão agitado. Para além de trabalhar ela tinha os exames nacionais, que passou com sucesso, apesar de nem uma página ter lido sobre qualquer uma das matérias. Apenas não fez o de matemática. Não por não gostar da disciplina, mas sim pela tripé que teve com a professora uns anos antes. Há sempre um no meio de muitos que nos faz a vida negra.
Foi um ano emocionante para ela e cheio de vitalidade.
Começou a sair com os seus amigos e durante todo o verão apenas um ou dois locais na cidade do Porto tinham o privilégio de a ter presente.
Na altura, a disco que bombava era o Santa Gota. Toda a gente tentava passar pela agressiva porteira que seleccionava o pessoal na entrada.
Iam todos de táxi uma vez que não tinham carta nem carro. Eram de certo os melhores tempos porque podiam todos brindar ao facto de serem amigos.
Foi lá que ela conheceu a noite. Foi lá que ela conheceu alguns dos seus amantes. Foi nessa mesma discoteca que ela conheceu um dos seus amores impossíveis.
Ele passava grande parte do seu tempo por lá assim como ela. Trocaram olhares e mais tarde um beijo, mas nunca mais que isso. Falavam imenso pelo telefone. Passavam horas e horas até a bateria acabar ou alguém os chamar.
Foram tempos bonitos, mas que eles complicaram. Talvez o que sentissem não fosse assim tão forte. Caso contrário teriam estado juntos mais vezes e teriam o tão esperado romance. No seu lugar restou apenas uma bonita amizade que com o passar dos anos esmoreceu e acabou por morrer.
Foi depois de o perder que ela descobriu mais um dos seus defeitos. Este por sua vez gravíssimo. Era ela demasiado orgulhosa para admitir que gostava dele. Ainda hoje o é, mas aprendeu a ultrapassa-lo para conseguir mais sucesso na vida.
Mas esse verão não foi apenas vivido à noite.
Ela deixou esse part-time foleiro e decidiu aceitar uma proposta de estágio que a escola ofereceu.
Foi trabalhar para uma firma muito grande e que cujo objectivo era apenas fazer as ferias de verão dos seus funcionários de escritório. Foi engraçada a situação, pois quando era ela mais pequena ela faltava à escola para ver a mãe a trabalhar e sonhava um dia ser como ela. Nesse verão ela conseguiu. Realizou a pequena fantasia de criança.
Mostrou ser uma jovem adulta responsável e conseguiu permanecer nessa firma durante uns anos. Optou mais tarde por se despedir e mudar de vida.
Mesmo tendo o seu tempo todo ocupado ela lá ia namoriscando aqui e acolá e tentando ser feliz. Mas como sempre deixamos essa felicidade escapar por entre os dedos porque a insatisfação nos faz esquecer que um dia somos felizes e no dia seguinte só não o somos porque não quisemos.
18 Anos tinha ela e começou uma nova fase da sua vida.



4 - A nova fase

Ela sempre teve um gosto diferente do habitual para a idade que tinha.
Sempre olhou para homens mais velhos, mais maduros.
Talvez por serem mais parecidos com ela que os miúdos da idade dela.
Foi então que ela conheceu o homem que a fez mudar de vida.
Ela já tinha o seu grupo de amigos formado. Hoje em dia e bem mais pequeno, mas sem duvida foi o melhor grupo que teve ate hoje.
Ele não fazia parte desse grupo, nem nunca o fez. Ele nunca foi admirado por mais ninguém que não ela. Nunca se soube o que ela via nele.
Ela era vistosa devido à sua altura e o sentido de responsabilidade exercia sobre os homens um certo mistério. Porque razão haveria ela de ser assim tão independente e tão responsável em tão tenra idade? Era a questão que lhe colocavam sempre que tinham coragem para falar com ela.
Ela tinha um a vontade enorme e sempre adorou falar e ele sempre foi o seu mistério.
Ele nunca se revelou. Sempre foi assim, mesmo com ela. Sempre lhe ocultou as verdades e a enganou como pode. Ela sabia das suas traições, mas a sua capacidade de perdoar a fizeram deixar passar imune.
Fazia de conta que não sabia ate um dia ela se encher. Talvez ai tivesse deixado de o amar. Ou talvez a humilhação já transbordasse da sua paciência como um copo cheio de água em que lhe continua a cair as pingas da torneira.
Foi estranha a forma como se conheceram. Mas mais estranha foi a forma como começaram a sair. Ela sempre o admirou apesar de nada ter de especial.
Longe estava ele de ser o homem perfeito. Quer física quer psicologicamente ele estava longe desse ideal feminino, de ser o seu príncipe encantado.
Para alem de ser mais velho que ela, bem mais velho, ele era mais baixo. A queda de cabelo já se fazia sentir e a famosa barriguinha já era bem visível. Talvez o seu charme ou seu perfume a tivessem encantado. Recordo-me que ela sentia o seu perfume a distância. Era o único que sabia distinguir e que anos mais tarde ela passou a recordar como um cheiro que sentia e adorava, mas que já nada lhe diz.
Eles saiam sempre sozinhos. As vezes levava-a a jantar fora, mas o programa nunca era muito preenchido. Contam-se pelos dedos as vezes que saíram em grupo e menos foram as vezes que foram de ferias juntos.
Foram os dois anos e meio mais mal aproveitados da vida dela. Mas nunca se arrependeu de ter sofrido, pois diz que agora que aprendeu a lição e mais ninguém lhe voltará a fazer passar pelo mesmo.
A família dela nunca gostou dele e a dele nunca deve ter sabido da existência dela.
A maior parte do tempo andavam como se a fugir de alguém ou de algo. No inicio esse mistério agradava-a, mas com o tempo isso foi se tornado desconfortável. Sempre o mesmo mistério. Foi ai que ela começou a desconfiar de algo.
O primeiro verão tiveram as ferias separadas, o segundo a mesma coisa e no terceiro ela pôs um ponto final na relação. Já não aguentava mais aquela distância entre eles.
Passaram apenas um fim-de-semana juntos fora do país e para alem de pouco tempo foi muito mal aproveitado.
Era uma relação muito estranha a deles. A maior parte do tempo que aquela relação viveu foi no apartamento dele.
Eles combinavam as suas sexualidades. Tiravam prazer um do outro, mas nunca mais que isso.
Foram poucas as noites completas que partilharam. Por norma tirava umas horas de prazer e depois desapareciam. Cada um para o seu lado.
Foi a relação que a afastou do seu grupo de amigos e da sua vida nocturna. Talvez porque ela sentisse necessidade de acalmar e descansar ou talvez porque não o quisesse trair.
Foram algumas as oportunidades, mas a sua dignidade não permitiu que ela fizesse com ele o que ele fazia com ela.
A traição foi a pior coisa que ele lhe fez. Traio-a não só durante a relação que tiveram, mas também durante uns primeiros tempos. Para ela a mentira é a mais cruel forma de trair. E por parte dele, ela nunca mais espera outra coisa que não isso. Mentira!
Para ela a verdade acima de tudo. Ela não se importa de magoar as pessoas desde que a verdade seja dita. Revolta-se cada vez que descobre que lhe mentiram.
Prefere que a magoem com a verdade que a protejam com mentiras.
Sempre viveu na mentira e para ela foi a maior facada no peito. Voltar a viver na mentira.
Ele não tinha o direito de a fazer sofrer. E todos a sua volta a avisavam, mas sempre em vão. Nunca deu ouvidos aos disparates dos outros, que afinal estavam certos. Teve de ser ela própria a descobrir e a perceber a mentira em que vivera com ele.
Ainda hoje não se arrepende. Ainda hoje fala com ele e ainda hoje brincam com o facto de não estarem casados.
Foi no ano da reviravolta que acabaram. Foi um final diferente e muito calmo.
Ela era das pessoas mais nervosas que algum dia conheci e com ele a única coisa de jeito que aprendeu foi a ter calma e paciência.
Foi ele que a tornou fria e calculista. Foi ele que a fez odiar e desprezar tanto os homens. Foi por causa dele que ela ganhou o gosto de os desprezar e rebaixar. Faze-los sofrer e humilhar. Nunca ninguém foi tão má com os homens ou mesmo mulheres como ela o é.
E a culpa foi dele.



5 - O final e novamente a nova fase

Acabaram em Agosto. Não me lembro de que ano. Sei apenas que foi tudo muito rápido.
Ela despediu-se daquele seu primeiro emprego sério (sim, porque não se pode contar aquele part-time como um emprego) e foi trabalhar para longe. Tomou a decisão sozinha e sem o apoio dele. Estava ele de ferias e bem longe do país a divertir-se sabe-se lá com quem.
Ela lá decidiu e para aliviar a sua alma foi passar o fim-de-semana bem longe. Voltou e lá começou a sua nova fase.
Trabalhar num costumer service foi novidade. Ter de falar e escrever em inglês também. Mas a pior coisa que se teve de habituar foi a trabalhar menos.
Para uma pessoa hiper activa como ela foi quase a sua morte, dai o pouco tempo que lá esteve.
Mas valeu a pena. Tornou-se ainda mais decidida e espontânea.
Ele regressou das suas fantásticas férias e era a vez de ela partir. Pouco falaram e para surpresa e desagrado dele ela fugira do seu território e poder. Já não estava no alcance dele e o facto de ele perder o controlo sobre ela deixou-o confuso.
Ela lá partiu para Inglaterra para aprender a sua nova profissão e passada uma semana ela esperava calmamente a decisão dele.
O facto de ser ela a decidir deixou-o impotente. Ela foi fria e muito calma na sua decisão. Esperou que ele desse a resposta, mas ele vacilou e não arriscou dizer nem sim nem não. Optou pela via errada. Optou pela via que estava habituado e teve azar na sua escolha.
Ela foi cruel e muito rápida. Ele apenas disse que ainda não estava decidido, que ainda não tinha a resposta, tentando de certa forma ganhar mais algum tempo ou para se decidir realmente ou para que ela se esquecesse e continuasse na situação em que viviam. Mas ela foi decidida e com ou sem resposta ele perdeu-a. Perdeu a mulher que mais marcou a sua vida.
Um ano mais tarde acabou por confirmar a sua traição. Acabou também por desabafar o seu desejo de ainda a ter e possuir. Confessou-lhe que de uma forma estranha a amava como dificilmente se ama. Mas será que a amou ou apenas desejava ter de volta aquela jovem mulher com quem ele se sentia vivo e com vitalidade. Com quem ele rejuvenescia e ganhava alguns anos de juventude e adrenalina. Isso agora é uma questão que nunca saberemos responder.
Foi assim que ela ganhou de volta a sua liberdade.
Mais uma vez ela poderia voar e sonhar sem depender de alguém.
Começou novamente a sair, a fazer parte das pequenas reuniões de grupo. Voltou a ser confidente dos seus verdadeiros amigos e ganhou novas amizades. Amizades que ainda hoje existem e que contam com a presença ou não da sua mais carismática personagem.
Tornou-se uma mulher mais sensual e mudou de visual. A extravagância controlada e o seu lado rebelde colocaram a seus pés os homens que quis. Mas nem sempre foi assim. Também teve momentos de profunda tristeza e solidão que foram sempre ultrapassados quando recordadas as magoas passadas. Pior do que o que já passou não poderá passar mais.
Sempre com o pensamento alegre e com um sorriso capaz de dar a volta a cabeça de qualquer um ela lá vai construindo a passo e passo a sua vida.
Voltou a mudar de emprego passado pouco tempo, voltando novamente as origens. O ramo em que começara a trabalhar acolheu-a de bom grado.
Retomou o ritmo que um dia tivera e com ou sem homem ela hoje pode dizer que é feliz.
Aproveita todos os momentos que pode como se não existisse um amanha.
O futuro e incerto, mas da incerteza ela nada espera e torna especial todos os momentos que partilha.
Continua a adorar a noite como nunca nenhum ser adora. Não se cansa das pessoas nem dos locais porque faz deles novidade cada vez que os vê e que por lá passa.
É agora na famosa discoteca Via rápida que a podemos encontrar. A estas horas já metade dos seres masculinos disponíveis olhou para ela. Uns na tentativa de a conhecerem outros na sombra com a certeza errada que ela nada dirá.
A vida dela e feita de encontros e desencontros e de pessoas marcantes.
Os homens que conheceu marcaram na hora e poucos deixaram a marca na alma. Pode ela se lembrar de todos, mas com saudades serão poucos os que terão esse privilégio. E muito provavelmente esses que deixam a marca nunca conseguiram nada mais que uma amizade, mas o importante para ela está ai.
6 - Os amigos

O que custa mais e deixa-los partir.
Sempre rodeada de pessoas ela parece feliz, mas isso nem sempre e verdade. Muitas dessas pessoas parecem verdadeiros abutres que buscam apenas algo.
Mas ela também tem amigos e amigos do peito. O grupo é pequeno e todos são diferentes.
É uma pessoa liberal e extrovertida. Diverte-se e diverte toda a gente, mas também sabe ser confidente. Foi ela que ajudou grande parte das vezes. Foi com ela que desabafaram e pediram conselhos. E foi com esse pequeno grupo que ela sempre contou. Não são os pequenos arrufos que os afastam, mas sim que os fortalecem. Ultrapassaram juntos fases da vida decisivas em que muitos se perdem na má vida e na mesquinhice.
Alguns estão longe, quer por questões profissionais, quer por questões geográficas. Não é a distância que os separa, mas sim que os une ainda mais. Só assim dão o devido valor a essa determinada amizade e só assim sabem avaliar o quão importante se torna para nós essa pessoa.
Ela dá valor a cada um deles.
Não vive sem eles e é-lhe impossível magoa-los propositadamente. Se o faz não é intencionalmente mas sim inconscientemente.
Já todos a conhecem. Já todos sabem que podem contar com ela. Alguns fazem dela o seu role-model. Admiram-na e algumas pessoas desejam mesmo ser como ela.
Hoje ela orgulha-se da educação que teve, dos amigos que tem e de toda uma história que faz parte do seu passado. Não tem vergonha dele nem teme o futuro. Vive os dias aos poucos e sonha bastante. Sonha num dia se tornar mais humana. Sonha em ser como as outras pessoas.
Por enquanto ela vai-se divertindo com os homens que andam atrás dela. Ate ao dia que aparecer o seu príncipe encantado ela vai gozando e tirando prazer com os príncipes que serão de alguém.
Ela é assim. Má, fria, calculista, orgulhosa, mas com um coração de manteiga que nem todos tem acesso.
Capaz de ir ao fim do mundo por um objectivo e de ignorar a mais parva das futilidades.
E pelos amigos… pelos amigos faz coisas que ninguém sonha serem capazes… Muda e vira o mundo para encontrar a felicidade de quem mais gosta, mesmo que isso leve a sua felicidade para bem longe. Incapaz de magoar quem ama ela abdica muitas vezes da sua vida pessoal. Apoia sempre projectos malucos e muitas vezes impensados só para fazer feliz e apoiar incondicionalmente os seus amigos. Incapaz de mentir e ocultar o que pensa, mas mais incapaz de abandonar o verdadeiro amigo ela luta contra tudo e todos e protege o que julga ser o ser mais frágil do mundo, mas com os sonhos mais fortes do universo.
Adora os verdadeiros amigos quase da mesma forma que adora e venera a família… e venerada e amada por aqueles que melhor a conhecem e invejada por aqueles que mais a admiram a sua força e forma estranha de viver…
Será sempre assim e dificilmente mudara a sua vida e alegria…


7 - Os amantes

Foram muitos os que lhe deram algum prazer, mas poucos os que lhe deram um orgasmo pleno. Foram poucos os amantes de quem ela realmente gostou. Foram poucos os que deixaram marcas. São poucos os que são recordados com alguma saudade e mais escassos ainda os que conseguem manter a sua vontade de os possuir.
Difícil agradar uma mulher em que tudo o que quer consegue. Difícil manter uma chama acesa por mais que uma noite.
Os homens por vezes são muito ignorantes. Deixam-se levar à primeira. Caem nos braços dela com a facilidade com que buscam o colo das mães quando são pequenos.
Derretem-se a seus pés como ela um dia desejou. Mas será que se conseguem erguer depois de a conhecer?!...
Não acredito que se recuperem tão facilmente. Até poderão um dia ultrapassar e não pensar mais naquela mulher que transmite a maior das seguranças e que nada teme. Agora esquece-la penso que não.
Nem todos tiveram o seu desejo concretizado. Muitos ficaram para trás, talvez por errarem ou serem demasiado rápidos.
Mas felizes são os outros que recordam aquela mulher fria e decidida. Poucos são os que a viram fragilizada e esses mais felizes são porque um dia ganharam um pouco da sua confiança.
Recorda o nome de todos que um dia possuiu, mas recorda com dificuldade o prazer que obteve. Não é a entrega do corpo o mais importante para ela. É a entrega da alma e isso, ela não deixa fugir ao seu controlo, fechando-se assim na sua enorme e dura carapaça.
Recorda por vezes os melhores amantes. Cada um tinha o seu charme. Cada um tinha algo de especial. Uns tinham com ela um sexo selvagem, poderoso e intenso. Outros, eram mais calmos, profundos no acto, tentando assim entregarem-se de corpo e alma. Uns tinham membros fortes, grandes e com uma capacidade de amar durante horas sem vacilarem. Outros, por outro lado, tinham membros frágeis, finos e demasiado sensíveis em que ao primeiro toque dela vacilavam. Amantes incapazes de se controlarem, não sabemos se por nervosismo ou se apenas por egoísmo.
Todos eles tinham algo de belo e atraente. Uns eram altos, fortes, bonitos. O que atraia aquela mulher era sobretudo a forma da abordagem, o tema de conversa e os olhos. Olhos bonitos, expressivos e que falavam com ela. E as mãos… mãos fortes sempre foram as mais desejadas. Mãos capazes de a agarrar sem que ela fugisse antes de ser beijada. E os beijos. Quanto mais quentes e doces mais ela gostava. Quanto mais intensos melhor. Poucos sabem beijar uma mulher fogosa, muitos deixavam-se levar.
Eles não a temiam e muito menos a receavam. Sabiam que ela não se iria apaixonar na primeira noite. Muitos ainda tentaram que isso acontecesse, mas sempre com insucesso. Longe está ela de amar. Por vezes ela bem tenta, mas também não e capaz de esquecer e ultrapassar as traições e as mágoas do passado. Não acredita nos homens e muito menos confia. Não consegue deixar-se levar e ser amada. Já não digo amar. Não consegue ter alguém a controla-la nem ter de dar satisfações de tudo o que faz.
Nunca foi preciso recorda-la de nada. Nem de um rosto, nem de um nome.
Ela sempre foi capaz de fixar tudo. A sua capacidade mental vai sempre mais alem do que o esperado e talvez por isso não haja ninguém ate hoje que a deixasse de rastos e apaixonada. Não será um homem bonito que a encantara, mas sim um homem experiente e capaz de a envolver numa nuvem de mistério. Será um homem inteligente e capaz de a amar e amar todos os seus defeitos.
Sonha um dia ser mãe, sonha um dia constituir uma família unida e feliz. Sabe que está longe esse dia, mas espera-o calmamente como se de cinco minutos se tratassem.
Aguarda o seu príncipe na mais agitada das noites. Imagina ela um ser alto e inteligente. De olhos castanhos ou verdes, cabelo escuro ou claro tanto faz, mas sem duvida um homem simples. Esse príncipe tão aguardado viria ao seu encontro muito bem vestido e com uma rosa. Seria perfeito que assim fosse, mas sabe ela mais que ninguém que assim não será. Esta bem ciente da realidade que a envolve e que nos tempos de hoje eles só procuram uma boa noite de sexo.
Muitos dos amantes foram baptizados segundo a sua performance, mas o mais caricato de todos é o american pie. Homem da altura dela, lindo, cabelo escuro e ondulado, olhos pequenos mas com olhar intenso, corpo atlético, bem vestido, muito simpático e bastante atraente. Mas com um defeito de fabrico. A sua rapidez no acto deixa-a frustrada e talvez ele esteja mais próximo dela que algum dia imaginou. Apaixonada não creio, mas ele seria perfeito para ela uma vez que não a controla. E um ser sensível e apaixonado e é disso que ela precisa. Alguém que tome conta dela. Mas será que ela está disposta a deixar? Talvez sim, talvez não.
As suas fantasias foram realizadas desde cedo e para ela o sexo não é importante. Claro que o prazer ajuda a ter uma vida feliz e saudável, mas não e isso que ela busca incessantemente. As oportunidades para possuir um ou dois homens ao mesmo tempo são mais que muitas, mas ela não quer possuir, mas sim ser possuída. Já possuiu outrora dois amigos. Relata ela ter sido uma das melhores experiências da sua vida. Algo com sabor rebelde e proibido. Algo parecido com as cenas de um filme. Algo surreal aos olhos de muitos e heróico aos olhos de tantos. Ela é assim. Uma heroína para metade das pessoas que a conhecem. A pessoa que sabe vencer e que luta pelo que quer. A outra metade a teme. Vêem-na como uma rival ou alvo a abater. Alguém invejável que gostavam de se tornar um dia. Alguém com um certo poder sobre os homens e com algum conhecimento social. Alguém bastante falado e admirado. Todos nós um dia gostávamos de ser como ela. Forte, bela e poderosa.



Mas sera k ira ser sempre assim? Eu ca axo k nao... A vida da mts voltas e a dela por vezes muda da noite para o dia... e um dia mudara para melhor...


8 - As festas caseiras

Desde sempre que o pequeno grupo de amigos se reúne para dar uma ou outra festa. Muitas vezes sem motivo, estas festas são sempre um sucesso.
Recordo-me de uma na quinta de uma amiga. Foi uma festa de Carnaval em que metade das pessoas que lá estavam não sabia quem eram. Foi de arromba. As fantasias, a bebida e a popularidade das nossas festas foram um sucesso.
Todos os acontecimentos foram gravados na sua memória fotográfica e não lhe escapa nenhuma festa. Essa foi das mais marcantes.
Com o passar dos anos deixaram de as fazer e as reuniões mudavam de local. Eram agora em casa dela. Um jantar e dois dedos de conversa faziam desses encontros algo de extraordinário.
A comida sempre muito boa e a bebida da praxe sempre a ajudar a aquecer as noites, deixavam o pessoal animado. Eram as famosas caipirinhas o primeiro dos desejos até que a fome apertava e era servido o jantar. Existem fotos desses tão desejados jantares. Essas fotos que tanta saudade lhes traz são guardadas religiosamente por acontecimento no seu portátil. Mesmo aquelas em que todos estão com cara de mortos vivos estão lá guardadas.
São serões bem passados. São alturas de uma vida boas para serem recordadas mais tarde. São estas festas as escolhidas um dia para contar aos filhos e aos netos. São estes convívios que nos fazem crescer.
São festas destas que desejamos ter. São estas as festas saudáveis que tenta manter, mas nem sempre poderá ser assim. Tem consciência que um dia acabarão e ficarão apenas as boas recordações. De qualquer das formas ela tenta vive-las como se fosse a ultima, mas sempre com o sentimento que aquela e única e tal como a primeira e a “verdadeira”.


9 - Filosofia de vida

Forma estranha de viver a dela.
Sempre a correr como se a vida acabasse dentro de cinco minutos.
Aproveita as festas ate ao fecho para não perder pitada e faz tudo o que se propõe.
E raro ver alguém assim sempre na roda-viva da vida.
Descansa pouco, mas diz ela que tem tempo quando morrer.
Quer doar o corpo porque acha que não lhe faz falta e como detesta enterros diz que assim serve duas causas ao mesmo tempo. Ajuda as pessoas na investigação da medicina e ajuda a família a não ter de passar pelos estúpidos rituais da morte.
De certa forma tem razão. Para que queremos nós o nosso corpo depois de morrermos? Para alimentar as ratazanas de cemitério e as baratas e minhocas que por lá vagueiam? Pelo menos que sirva para alguém descobrir uma cura qualquer ou para que alguém aprenda a ser um bom profissional na medicina.
Ela é pouco sensível, mas há causas que ela luta com unhas e dentes e defende os seus ideais ate morrer.
Nunca pensou como as outras raparigas. Nunca desejou casar de branco, de véu e grinalda e muito menos na igreja. Nunca acreditou na igreja e defende que o “nosso Deus” se está em todo o lado não precisa de padres e locais de culto para satisfazer as nossas vontades.
Ela sabe que todos temos de acreditar em algo que ultrapasse as forças humanas. Que esteja para lá do visível, mas dai a acreditar numa crença e numa mentira criada pelos senhores poderosos do nosso passado vai uma diferença muito grande.
Ela acha bonito e interessante o tempo da Grécia antiga e de Roma. Em que cada um acreditava no Deus que queria. Em que cada um fazia valer o seu gosto e a sua fé nos prazeres da vida. O Deus Baco ainda hoje ajuda os que na noite se divertem. Vénus ou Afrodite protegem os que amam e todos os outros que embora não amem assim esperam um dia amar.
Acredita numa revolução e na revolta do povo. Acredita que a rotina e o cansaço de toda uma geração afunda o pais aos poucos e que o fim do mundo existe.
Não acredita na política. Não acredita que o futuro seja regido pelo capitalismo. Não acredita nos homens nem na raça humana. Não acredita em si própria cada vez que comete um disparate.
Acredita sim na vida, na diversão, na amizade e no dia-a-dia.
Acredita na simplicidade do ser. Acredita na vida enquanto bem vivida.
Acredita que a vida só faz sentido se aproveitarmos as coisas mais simples e que só depois de as entendermos é que podemos passar a fase seguinte e complicada.
Acredita no amor embora não ame. Acredita nos valores que lhe foram incutidos em criança. Foram bons esses valores que fizeram dela o ser que é hoje. Acredita na educação que teve e que apenas vencem os que souberam sofrer. Os fortes de hoje foram no passado os fracos e os que hoje se tornaram fracos já foram um dia os fortes que governaram. A vida é assim, feita de fortes e de fracos, de ricos e de pobres.
Ela ama o que pode com as forças que tem.
A vida dela sempre foi um caos, mas tudo faz sentido assim.


10 - Os sonhos

Desde pequena que ela sonhava. Sempre sonhou em saber quem realmente era. Mais tarde, depois desse sonho concretizado, sonhou em ser alguém. Hoje pode-se dizer que o concretizou mais uma vez.
São sonhos simples e humildes. Nunca quis sonhar muito alto para não sofrer desilusões, mas as poucas vezes que sonhou sofreu…
Sonha todos os dias com um amanha melhor, mais completo. Sonha em ter sorte na vida. Sonha em ter vida para ter sorte. Sonha amar e ser amada. Deseja todas as noites encontrar o seu príncipe da rosa. Sabe também que não passam de sonhos. Sabe melhor que ninguém que sonhar só alimenta a alma durante aquele curto espaço de tempo em que vive a ilusão de sonhar alto. Mas afinal para que sonhamos?! Para nos iludirmos e sofrermos quando acordamos para a realidade. Ou será que podemos viver na ilusão e mentira para não sofrer?
Ela pensa todos os dias e durante todo o dia. Ela chega a noite e pensa em dormir, mas o pensamento dela vai sempre desenrolando um final feliz para a sua história, ate adormecer. No dia seguinte retoma sempre o mesmo sonho, sempre no mesmo princípio, pois o cansaço e a realidade fazem-na esquecer como tão belo era o seu mundo de fantasia.
Ela sonha em tornar real todos os seus desejos mais íntimos.
Sonha em ter a sua liberdade e independência. Sonha em possuir os bens básicos de uma vida. Sonha em ser feliz e poder contemplar a sua volta a felicidade estampada nos rostos de quem ama. Sonha em fazer feliz a sua família e amigos. Sonha, sonha, sonha… pobre menina que sonha e vive de sonhos.
É através dos seus sonhos que ela se refugia. É apenas aos seus sonhos que revela os seus segredos. É aos sonhos que demonstra o que sente. E é através deles que ela alcança um pouco da sua felicidade. A sua imaginação e criatividade fazem-na divagar durante horas. Recria espaços e situações. Vislumbra paisagens belíssimas e pessoas sorridentes, tal como fazia em criança nos seus desenhos.
Todos sonhamos num dia alcançar algo. Sonhamos com a sorte e com a morte. Sonhamos coisas boas e coisas más. Sonhamos acordados e a dormir.
Sonhamos conscientes do que queremos e sonhamos com o subconsciente a verdadeira busca. Ou o que tememos ou o que desejamos. Algo procuramos, e é na mais escura e profunda das noites que sentimos essa necessidade. A necessidade de recriar o dia.
Por vezes desejamos tanto um sonho que se torna real na mais irreal das situações. Por vezes desejamos tanto algo tão simples que perdemos na mais fácil das barreiras, mas que nunca mais terá retorno.
Perdemos muitos sonhos pelo caminho da vida. Perdemos muitas vezes a capacidade de sonhar.
Ela seria incapaz de apagar os seus sonhos. Seria incapaz de deixar de sonhar. Seria incapaz de lutar por eles.
Certo dia sonhou com um homem. Um alto, belo, simpático, meigo e misterioso homem que certo dia viu. Nesse dia ela escreveu algo a pensar nele. Foi algo lindo e profundo. Foi sincero e saiu de onde saem os mais nobres sentimentos. Saiu-lhe da alma e do coração o desejo mais belo do mundo. Ela sonha ama-lo, ser feliz com ele e deixar para trás todos os sonhos frustrados que um dia realizou.
Passo a citar: “Sonho em te conhecer todas as noites. Espero te ver todos os dias. Quero estar contigo. Poder agarrar-te e beijar-te a hora que quero. Quero poder sentir o teu cheiro e sabor. Quero viver com a certeza que o meu é real. Quero sorrir com vontade e para alguém que o mereça. Não quero sofrer e muito menos acordar.”
Foi assim que ela percebeu que aquele que um dia viu mexeu com ela. Foi assim que os amigos mais próximos perceberam que algo com ela estava errado. Que aquele sonho em viver o dia-a-dia já não fazia sentido sozinha. Ela precisava dele e continua a sonhar ate o dia que o voltar a encontrar…


11 - A carta de um apaixonado

Foi difícil começar esta carta.
Não sabia por onde começar.
Foi difícil transcrever o que sinto e penso de ti. E difícil para qualquer um dizer seja o que for sobre a tua pessoa.
E sempre difícil adjectivar o impossível, único e indescritível. Tu és assim! Sem palavras, sem descrição possível… tu és o sonho e o impossível. És o que todos querem ser e que não tem coragem para o fazer. És verdadeira! És autêntica! Foram estas entre muitas razoes que me levaram a apaixonar por ti. A seguir-te e ser-te fiel como nunca esperei ser. Foi por ti que fiz o que não se faz. Foi contigo que sonhei acordado e é contigo que acordo no pensamento.
Não é difícil gostar de ti! Não é fácil te esquecer! Não é difícil ter saudades tuas, do teu sorriso, do teu perfume, do teu olhar, das tuas brincadeiras e aventuras. Não é difícil sentir a falta da tua presença. Seria tão mais fácil a vida contigo a meu lado. Simplificas as coisas. Traduzes o que pensas. Transmites o que preciso… Felicidade! Tu és a personalização do meu amor. És o meu mundo. A minha razão de existir.
Já há muito que desisti de viver. Deixei de lutar porque simplesmente não valia a pena. Ate que um dia tu apareceste do nada e do nada me levantaste. Voltei a sorrir, a viver. Voltei a ter força e lutei por ti. Fracassei por pensar que já eras minha. Enganei-me, bem sei. Tentarei de novo te levar para junto do meu coração, para que a minha alma não torne a morrer. Prefiro morrer de desgosto por não me aceitares que morrer na ignorância de não saber se tu me amas. Um amor não se esquece. Um amor vive-se… eu só te peço para me deixares viver o meu.
Sonho contigo sentada no meu colo, numa varanda. Juntos vemos o por do sol. Temos pela frente um horizonte quente e um futuro risonho. Temos os filhos e os netos quem sabe. Temos um ao outro… tenho tudo o que quero. Tenho-te a ti ao meu lado!
Temo não poder concretizar o meu sonho. Temo por te amar e querer ser feliz. Apenas preciso de uma última hipótese. Não peço mais porque sei que não a mereço. Tentarei conquistar o teu coração e possuir o teu sorriso. Quero ver os teus olhos brilharem por me ver. Quero reflectir na lua a tua alegria de viver. Quero o mundo para te dar, o sol para te iluminar e as estrelas para te guiarem.
Estou perdido na multidão, sem rumo e sem perdão… estou no deserto sem água com um oásis no caminho. Estou no oceano sem remos. Mas só tu conseguiras indicar o caminho, só o teu perdão me importa, só tu me poderás dar os remos ou ensinar a caminhar. És tu e só tu!!!

Amar alguém e sempre bom, mas melhor e amar quem nos ama porque faz-nos sentir nas nuvens brancas e fofas num dia de tempestade…
Nunca duvides de um amor. Nunca temas amar. Hoje consigo dizer ao mundo com todas as letras o que não tive coragem para te dizer em silêncio. AMO-TE!!!! AMO-TE!!!! AMO-TE!!! E não me canso de repetir… AMO-TE!!!


12 - Independência

Foram tempos difíceis que ela sozinha ultrapassou. Voltou a amar em vão, mas nunca se arrependeu. Gostou dele como gostou de poucos. Sonhou viver o resto da sua vida a amá-lo, mas não passou disso. Refugiou-se então nos seus outros sonhos. Tentou ter vida própria e mais independente que nunca.
Apoiou-se no seu novo grupo. Um grupo maioritariamente de homens que para ela eram como se fossem irmãos. É um grupo diferente e ao mesmo tempo como tantos outros grupos não deixa de ser um grupo de amigos que se apoiam mutuamente.
Para ela este é diferente. Falam sem temerem o que os outros pensam. Apoiam-se e discutem se for caso disso. Divertem-se e choram juntos. Brincam e falam de coisas sérias, mas nunca se esquecem uns dos outros. Mesmo em silencio eles comunicam. Talvez a idade faça com que seja um grupo mais maduro e consequentemente mais afastado, mas nunca desleal e infiel.
Após o sofrimento de mais um amor perdido e o trauma de um flirt falhado ela refaz a sua vida aos poucos. Tomou a maior decisão da sua vida e vive sozinha. São poucos os momentos em que esta só, pois os amigos nunca a abandonam. Aproximou-se mais da família, mas mesmo rodeada de pessoas que ama e que a amam ela sente-se muito só e triste. Sente a carência do amor e vive com pânico a solidão. Sempre foi um dos seus maiores problemas… estar sozinha, ficar sozinha ou pensar que esta só…
Com o tempo passara e acabara por perceber que basta o carregar de uma tecla ou o som de um pedido dela para que nunca esteja sozinha neste mundo frio e cruel em que ela vive. Ela própria se tornou cruel como defesa, mas o seu coração de manteiga não deixa enganar ninguém e desmente-a como a transparência da agua… sempre meiga e carinhosa ela sente a falta de um amigo especial que lhe de mais atenção ou mimos. Sente a falta de dar e receber amor… já nem se importa de ser só ela a dar sem receber absolutamente nada em troca, mas nem assim… nem assim ela sente que alguém se aproxima dela.
Comprou a casa com bastante expectativa e sempre pensou que seriam sempre dias de festa em que poderia levar para casa as suas conquistas, mas com o passar do tempo ela percebeu que não é assim que as coisas funcionam. Que não é isso que deseja, nem é isso que acontece.
Ela desligou-se do mundo e prefere agora viver na redoma que criou. Espera que alguém a quebre e a liberte deste mundo, mas também espera que seja breve, pois ela não aguentara muito mais tempo sem se deixar cair e sem mergulhar na mais profunda tristeza.
Faz amigos com facilidade e mesmo sem sair de casa e sem meios de comunicação ela conhece gente nova, mas incapaz de a tirar da redoma. Sente-se incapaz de sair para conhecer gente nova. Sente-se incapaz de espairecer e esquecer o seu último amor.
Talvez um amigo em concreto a consiga erguer, mesmo sem a tirar da redoma, mas pelo menos impedindo que ela se afunde mais dia após dia.
É bastante difícil gerir a independência. Ela apenas alterou o facto de já não viver com os pais e ser ela agora a pagar as contas. Independente sempre foi, mas sempre foi e sempre será dependente dos seus sonhos, das suas fantasias, dos seus desejos e da sua vontade incondicional de amar…
Parece obsessão esse seu desejo de amar, mas é e sempre será o seu maior desejo. Ter aquilo que sempre viu fugir do seu alcance. Talvez seja o mais difícil dos sonhos a concretizar e o mais improvável de conseguir, mas ela tem esperança que um dia tudo mude e a flor apareça no mais inesperado momento da sua vida.
Será mais fácil ou mais difícil com a sua independência?! Isso ela não sabe e é a resposta que tenta encontrar.
Esperemos que seja breve e rápida a resposta. Esperemos que o perfume que ela sente chegue mais rápido do que sempre quis e que isso a faça mais feliz que nunca.
A independência e a felicidade nem sempre andam de mãos dadas… ela esta farta de ser independente e aguarda com ansiedade ser dependente de alguém e que alguém dependa dela como ela dele…

Nunca estamos felizes com o que temos e desejamos sempre o que nunca tivemos, mas por vezes percebemos o que um dia tivemos foi o que sempre desejamos ter. Pensa sempre antes de desperdiçares o que tens porque podes estar a deitar fora o que mais e sempre desejaste.



13- A frustração

Nesta altura da vida em que os anos são poucos, mas começam a pesar ela repensa o que quer da vida.
Já não tem idade para brincar as paixonetas e a sua vida familiar começa a fazer-lhe falta.
É um pouco confuso para ela ter de enfrentar tudo e todos para ter o que sempre quis para no final desfrutar sozinha essa conquista. Não ter com quem partilhar os sonhos, desejos, vontades. Não ter quem agradar ou quem lhe faça um agradinho. Sente-se frustrada por estar sozinha, por não conseguir reunir forças e ir a conquista da segurança e paz familiar. Tem medo de falhar e piorar a situação em que se encontra. Tem medo como toda a gente.
Pelo caminho em que ela tenta encontrar o que todos buscamos ela vai tendo percalços e desamores. Vai tendo pequenas frustrações e desilusões. Chega a um ponto em que a desilusão pessoal se torna constante e faz com que a redoma que criou se feche ainda mais. É um ciclo vicioso em que quanto mais tenta sair mais se afunda e se fecha.
Como se não bastasse a sua vida amorosa ser o fracasso que é ela também se sente frustrada no seu trabalho. Trabalha horas a fio sem reconhecimento de mérito. Trabalha por obrigação e sem gostar mais do que faz. Parece muitas vezes escrava, mas não tem coragem para abandonar esse desgosto. Talvez porque perdeu as forças e a esperança de conseguir algo melhor. Talvez não acredite nas suas próprias capacidades.
É complicado ter de decidir o que se quer da vida quando a própria vida nos prega partidas. Quando ate sabemos o que queremos, mas nos é impossível alcançar.
Mais uma vez ela sonha com o dia em que não dependerá desse mísero trabalho. Deseja com todas as forças tornar-se ainda mais mulher e conseguir realizar os seus objectivos. Será um dia uma mulher de negócios. Terá um dia a sua própria empresa e quando esse dia chegar ela será mais feliz que nunca.
Ideias não lhe faltam. Projectos tem muitos. Não é obrigatório ser uma loja de roupa. Não é obrigatório ser um café. Nada é obrigatório. Para ela basta que seja rentável e um negócio seguro.
Já imaginou como seria bom ter algo seu, mas também sabe das dificuldades que isso trás e como seria difícil obter.
Já pensou recorrer às mais diversas pessoas. Já sabe o que pedir, como pedir, mas também sabe que ninguém acreditara nela e a abandonaram no primeiro instante.
Tudo o que idealiza nunca se realiza e talvez por isso ela esteja tão frustrada com ela própria.


14 – Um amigo especial

Todos nos temos amigos especiais. Uns mais que outros, mas todos eles têm algo que os caracteriza e os torna especiais.
Ela tem muitos amigos e amigos em quem confia a própria vida. Tem amigos que adquiriu em situações difíceis e outros na maior das brincadeiras. Mas todos eles são de certa forma especiais para ela.
Todos dariam algo em troca para a ajudar. Todos eles dariam um pouco da sua vida por ela, pois todos sabem que ela daria não um pouco, mas toda a vida em prol de um amigo. Ela não tem medo de magoar um amigo com a verdade e não espera que os amigos a traiam e lhe mintam. Para que se tornassem especiais percorreram um longo caminho e provas difíceis de serem superadas. O esforço de os manter especiais não e muito grande. Mas o que os torna tão especiais são as dificuldades, não as borgas. Todos eles têm lugares diferentes no seu coração que embora pareça de pedra ou de gelo derrete muitas vezes. Ela adquirira uma paciência extra humana para ajudar os amigos a superarem as mas fases da vida, mas poucos são os que lhe dão apoio quando ela precisa. E são esses que ela conserva nos lugares mais difíceis de atingir do seu coração. São os que sobem pontos na consideração dela a cada dia que passa. São os que mantêm os princípios que tem e que não lhe viram as costas, os que ela mais estima. São os que apesar de longe estão sempre perto se ela precisar. Creio que e dos amigos que ela sente mais falta. Sente uma angústia por ver algum deles sofrer. Sofre com eles e por eles e mesmo nessas situações ela tenta sempre ajudar e manter a calma. Enquanto uns desabafam com ela outros ouvem os seus desabafos. E e assim que as coisas funcionam e giram no pequeno mundo dela. Indirectamente forma um círculo de apoio em que todos sabem que ela nunca o abandonara. Mas ela aos que abandonam esse círculo não lhes retira apenas o “título” de amigo especial, retira também a capacidade de a cativarem e a oportunidade de a verem sorrir. Uma traição de um amigo e muito pior que a traição de um amor porque o amor não se escolhe e o amigo e sempre alguém que nos escolhemos para fazer parte da nossa família. Um amigo tem um lugar especial como um membro da família mais próximo. São poucos os amigos especiais dela. Chegam-se a contar pelos dedos os que assim o são. A maior parte deles poderão não estar com ela todos os dias, mas sempre que ela precisa sabe que pode sempre contar com eles e vice-versa. Esses amigos não precisam de dizer uma única palavra para que se perceba que algo esta errado. Basta um olhar ou um sorriso para ela saber o que os amigos precisam. O mesmo se passa com ela. Ela hoje chora porque um desses amigos sofre. Ela sofre com ele e por ele, mas talvez sofra mais porque pela primeira vez na vida dela ela se apaixonou por alguém que já conhecia, que já falava e que já considerava amigo. Ele mais que os outros tornou-se especial. Não só por lhe dar apoio e servir de ombro para chorar, mas porque a faz sorrir. Ele faz com que os olhos dela brilhem e o sorriso a contamine. E ele que neste momento faz rolar uma lágrima no rosto dela. Mesmo assim ela insiste… e sabe que ira sofrer mais. Esse dia não deve estar longe, mas mesmo assim ela insiste… ela insiste em viver o sonho de ser feliz e insiste que esse amigo a ajude na sua realização. Ela sabe que ira sofrer muito mais e talvez por burrice, mas ela prefere sofrer que a não tentar ser feliz. Ela assim mantém o seu sorriso e o seu brilho. E assim que ela vai vivendo diariamente ate ao dia em que as coisas se irão esclarecer. Ela vai sorrindo com a ajuda dos amigos e para os amigos, mas também chora com as incertezas que tem e as duvidas que pairam a sua volta.
Muitos tentam passarem por amigos dela na tentativa de alcançarem algo. Talvez pelo seu a vontade a julguem de uma forma errada. Talvez pela sua aparência forte e descontraída a julguem mais vulgar e fácil de conquistar. Não e difícil, mas também não e fácil. Tudo depende do que queiram dela. Não adianta forçar algo nem lhe pedir que mudem o que sente ou por quem sente porque isso nem ela tem controlo. Ela vive o momento, mas também tem, como qualquer outra pessoa, momentos de dúvidas que a levam a ter incertezas sobre esses momentos. Ela adora chocar as pessoas com a originalidade e os amigos que ela considera verdadeiros nunca a questionam sobre o impacto desses choques. Se ela gosta de ser ma eles deixam-na ser e divertem-se com ela e com as suas peripécias. Eles não a julgam nem a desvalidam pelas coisas que faz. Talvez a aconselhem a mudar os planos ou a tentem desviar porque sabem que a ira fazer sofrer, mas nunca a reprovam pelas decisões que toma.
Ela conta com eles todos os dias, mesmo no silêncio da noite e eles fazem o mesmo.
Nunca duvidem da pureza de um coração apaixonado pelo amigo que ela sente mais falta. Ela só precisa de ter a certeza que essa paixão não da em nada para poder ser feliz e procurar a felicidade de outra forma. Porque ela nunca se conformara se não o tentar e nunca conseguiria viver com a incerteza que ate poderia ter dado certo e que esse amigo que ela mantém seria mais feliz ao pe dela.
Ela e feliz com a felicidade de quem ela mais ama. Se todos os amigos dela estivessem felizes por muitos motivos que ela tivesse para não o ser ela seria feliz e muito…
Ama cada dia… e cada amigo de uma forma especial!